MECÂNICOS COM "FATIA" NA PRIVATIZAÇÃO DA TAP

Acordo vem de 2000 e foi renovado em 2005 com a actual gestão. 900 técnicos de manutenção aérea vão discutir a sua posição sobre o assunto. Venda da empresa atrasa novamenteOs técnicos de Manutenção Aérea, tal como os pilotos, também assinaram um acordo com a administração da TAP para ficarem com uma 'fatia' do capital na altura da privatização. O documento, assinado a 22 de Agosto de 2000 pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) e pela gestão de então, «assegura a participação dos técnicos de manutenção aérea no capital social da empresa no âmbito da eventual privatização», segundo o texto do acordo, que foi renovado, em 2005, já com a actual administração, liderada por Fernando Pinto.

«Os trabalhadores poderão participar no capital social, em contrapartida de créditos resultantes de ganhos de produtividade efectivamente obtidos e atribuíveis à sua prestação de trabalho», lê-se no documento, que esclarece que «estes créditos são fixados no quadro da negociação laboral, sendo utilizáveis exclusivamente para a referida conversão em capital».

O SOL apurou que a gestão da TAP está atenta às consequências deste acordo. Segundo fontes ligadas ao processo, o protocolo não deverá garantir «mais de 10%» do total da empresa aos técnicos de manutenção aérea. 

Os acordos efectuados entre os sindicatos e a administração da TAP entraram na agenda depois de o Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil ter alertado que tinha assinado um protocolo com a administração da TAP, em 1999, que neste momento lhes deverá garantir 400 milhões de euros na privatização, devido a ganhos de competitividade não retribuídos desde então.

O acordo assinado continua 'escondido'. O SOL já efectuou diversos pedidos para aceder ao documento, mas a transportadora aérea não o disponibilizou.

Este precedente levou o Governo, nas reuniões que tem efectuado com a administração para preparar a venda da empresa, a pedir a Fernando Pinto informação sobre os demais acordos do género existentes. Mas não são esperadas mais 'surpresas'. 

«Ainda vamos discutir a nossa posição sobre este acordo», disse ao SOL Óscar Antunes, presidente do SITEMA.

Privatização atrasada
A venda da TAP deslizou novamente. O processo, que o Governo previa inicialmente fechar este ano e depois no início de 2012, apenas deverá estar concluído apenas no final do próximo ano, de acordo com o FMI.

Também a escolha dos assessores jurídicos e financeiros para a operação não foi efectuada em Novembro. Tudo ganhará outra dinâmica «após a venda da EDP e da REN», garante fonte ligada ao processo.

Neste momento há cinco interessados na TAP, segundo disse, em entrevista ao SOL, o secretário de Estado dos Transportes.

fonte/SolSapo

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