AEROVIÁRIOS ANTECIPAM GREVE EM AEROPORTOS DE QUATRO CIDADES; EM PORTO ALEGRE, PARALISAÇÃO É SUSPENSA

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, informou na tarde desta quinta-feira que os aeroviários (funcionários das empresas aéreas que trabalham em terra) já iniciaram na tarde desta quinta-feira uma greve em aeroportos de quatro cidades, mesmo sem o apoio dos aeronautas, que decidiram assinar acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea).

— Nossa greve já começou no Rio, em Brasília, em Belo Horizonte e Fortaleza. A adesão está muito boa. O TST é muito rápido e tem mão pesada para punir o trabalhador. Mas nossa dignidade não custa R$ 100 mil por dia — disse Selma, em manifestação no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão.

Segundo a líder sindical, a paralisação começou a despeito da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de multar o sindicato em R$ 100 mil por dia se não houver um mínimo de 80% de funcionários trabalhando. Ela ressaltou que a ameaça de multa se refere ao descumprimento da ordem judicial de manter 80% dos funcionários trabalhando nos dias 23 e 24 e 29, 30 e 31 de dezembro. Ela disse que a continuidade da paralisação vai ser definida pelos trabalhadores.

— Por isso nós antecipamos a greve.

Em Porto Alegre, os aeroviários decidiram que não irão aderir à greve da categoria, e aceitaram a proposta de reajuste oferecida pelas empresas. Os funcionários receberão reajuste de 6,5% no salário, e 10% de aumento no valor da cesta básica e também nos tíquetes refeição. Outra conquista foi o piso nacional de R$ 1 mil para operadores de equipamentos e viaturas. Os sindicatos dos aeroviários de Guarulhos e de Recife também decidiram pelo acordo.

- A proposta não era a esperada, mas representa um bom reajuste - disse Celso Klafke, presidente do sindicato dos aeroviários no Rio Grande do Sul, que tem 1,8 mil integrantes.

A categoria reivindicava aumento de 10%, mas os trabalhadores do Estado decidiram não paralisar as atividades devido à pesada multa imposta pelo TST.

Em São Paulo, acabou sem acordo a reunião de conciliação que aconteceu à tarde entre o Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo e as companhias aéreas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Mas, segundo informou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (Fntta), Uébio José da Silva, está descartada a possibilidade de uma greve dos aeroviários - pessoal que trabalha em terra - antes de segunda-feira, dia 26, devido às condições impostas pela Justiça.

Mais cedo, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que reúne pilotos, copilotos e comissários, já havia anunciado que as quatro regionais do sindicato - Rio, Brasília, Belém e São Paulo - aceitaram a proposta salarial das empresas aéreas, afastando a possibilidade de greve nacional da categoria neste fim de ano. 

fonte/ZeroHora

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