TODA FROTA DE CAÇAS STELTH DOS EUA ESTÁ NO SOLO
Nas últimas décadas a USAF gastou bilhões de dólares pesquisando e desenvolvento uma família de caças invisíveis aos radares que deveriam estar muitas gerações à frente de qualquer outro avião de combate no céu. Mas depois de construir mais de 170 F-22 Raptors e um punhado de F-35 Joint Strike Fighter, nenhum deles está disponível para serviço. A Força Aérea americana atualmente não tem sequer um caça stealth em condições de voar. Nenhum. O que aconteceu?
O badalado F-22 foi relegado ao chão em maio, com uma possível falha nos sistemas de produção de oxigênio que pode ter levado a dois acidentes – um deles fatal. A produção dos últimos Raptors está paralisada, pois os jatos não podem sair da fábrica. Na última semana os voos de teste do novo F-35 foram suspensos também, devido à um problema de válvula no sistema de força do avião. É a terceira vez que os F-35 são proibidos de voar neste ano. Os testes em solo foram retomados, e testes de voo devem voltar na semana que vem.
Ontem as Forças Armadas dos EUA alocaram mais 535 milhões de dólares para comprar mais 38 Joint Strike Fighters (JSF) – uma família de caças stealth mais baratos que o F-22, e que pretendem substituir vários vetores como os F-16, F/A-18, A-10 e Harrier. Noventa por cento da frota de caças americanos deverá ser formado pelas três variantes desses novos aviões (divididos entre os capazes de decolagem convencional, decolagem de porta-aviões e decolagem vertical).
Mas os jatos foram tudo, menos baratos. O custo atual do programa Joint Strike Fighter é de 382 bilhões de dólares para mais de 2.400 aviões, e continua subindo. Não admira que qualquer plano de redução de despesas afete o programa de alguma forma. E no momento os JSF (batizados de F-35 Lightning II) também não estão fornecendo força de combate.
Em 2002, o plano era ter mais de noventa F-35 voando até 2012. Do jeito que estão as coisas, a Força Aérea e a Marinha dos EUA podem não ter suas variantes do avião antes de 2016. Por enquanto, cada centavo destinado ao programa Joint Strike será usado para fazer os jatos voltarem a voar.
“Os chamados caças de ‘quinta geração’ certamente revolucionaram o poder aéreo dos EUA”, diz Bill Sweetman do site Ares. “Mas não do jeito que todos imaginavam”, completa.
Os caças de quinta geração investem em formatos, materiais e tecnologias que reduzem a assinatura de radar, e são movidos por motores capazes do supercruise, o vôo de cruzeiro supersônico sem a ajuda de pós-combustores. Na prática, é como se um carro pudesse atingir altíssimas velocidades sem precisar exigir o máximo do motor, o que aumenta drasticamente o alcance em ações de combate e reduz a assinatura infravermelha. O F-22 Raptor, além disso, pode vetorizar os bocais de seus jatos para cima e para baixo, melhorando sua manobrabilidade.
Apesar de Rússia e China também estarem investindo nesse tipo de avião, a relação entre sua superioridade em combate e os custos de desenvolvimento e aquisição já não batem. Cada um dos F-22 custou a inacreditável quantia de 412 milhões de dólares. Cada um!
fonte/Jalopnick/foto/AP
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