NELSON JOBIM PENSA EM DEIXAR A DEFESA


Ele perdeu verba para investimentos, influência política no Palácio do Planalto e vê escassear seu prestígio nos quartéis. Remanescente do governo Lula, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, teve os poderes esvaziados pela presidente Dilma Rousseff e já cogita deixar a Esplanada. Dos R$ 50 bilhões que o Planalto pretende cortar no orçamento de 2011, quase 10% (R$ 4,1 bilhões) sairão da pasta de Jobim. 

Sem consultar o ministro, Dilma também suspendeu a compra dos caças para a Aeronáutica e articula a criação de uma secretaria de aeroportos para tirar da Defesa a gestão da aviação civil. Nos bastidores do governo, são recorrentes os comentários de que há uma antipatia mútua entre Jobim e a presidente.

O ministro só permaneceu no posto por um pedido pessoal de Lula a Dilma e pelo bom trânsito na caserna, mas sequer é reconhecido pelo PMDB como uma indicação do partido. Jobim não fez objeções à contenção de gastos e também concorda com a criação de uma secretaria de aeroportos. A amigos, o ministro tem reclamado da forma como essas informações têm sido repassadas à imprensa por interlocutores de Dilma, transformando as iniciativas em derrrotas pessoais do ministro. 

Já a suspensão da compra dos caças o irritou, uma vez que não haveria previsão de desembolsos este ano. Como a interlocução com o Planalto está cada vez mais problemática e sentindo se esvair o respaldo dos quartéis, Jobim começa a procurar novos rumos. O ministro almeja se tornar embaixador do Brasil na Europa, mas até mesmo essa pretensão enfrenta problemas, uma vez que, desde o segundo mandato de Lula, todos os postos são ocupados por diplomatas de carreira.

fonte/RBSSC
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