CAOS NOS AEROPORTOS EUROPEUS - GAÚCHOS RELATAM A ROTINA DE TRANSTORNOS EM LONDRES
Na Grã-Bretanha, Heathrow reabriu após um final de semana de pesadelo, mas ainda operava, na tarde de segunda-feira, com um número limitado de pousos e decolagens
Nas ruas de boa parte das cidades da Europa, a neve se acumula, em meio a temperaturas negativas. Nos aeroportos, pessoas cada vez mais nervosas dormem sobre malas que se transformam em camas improvisadas e fazem a higiene pessoal em banheiros sem estrutura. Milhares de passageiros passaram a noite de domingo para segunda-feira presos em aeroportos em diversos países, enquanto mais voos eram cancelados, tornando a situação crítica.
Em Londres desde domingo e sem perspectiva de conseguir voltar para Porto Alegre, o advogado gaúcho Marcelo Xavier classificou o drama no aeroporto de Heathrow de "maluquice" (veja entrevista abaixo). Outro gaúcho na mesma situação, o diretor-geral do Kzuka, Fernando Tornaim, disse que Heathrow é um amontoado de pessoas ansiosas para chegar a suas casas a tempo de passar o Natal com suas famílias.
— Devo ficar até pelo menos quarta-feira aqui — lamentou.
Após um fim de semana de contratempos provocados pela neve intensa em alguns dos principais centros europeus, como Londres, Paris, Frankfurt, Amsterdã e Bruxelas, os aeroportos correm contra o tempo para colocar os voos em dia.
Na Grã-Bretanha, Heathrow reabriu após um final de semana de pesadelo, mas ainda operava, ontem à tarde, com um número limitado de pousos e decolagens. As autoridades alertavam para "mais cancelamentos e atrasos nos próximos dias", enquanto as companhias aéreas reposicionavam aeronaves e mobilizavam funcionários. O prefeito de Londres, Boris Johnson, lamentou a situação em Heathrow:
— Se o país estivesse em guerra, conseguiríamos resolver isso.
"É uma cena bizarra", afirma advogado gaúcho
O advogado gaúcho Marcelo Xavier, 30 anos, retido desde domingo em Londres, contou a Zero Hora como está a situação no aeroporto de Heathrow. Confira a entrevista:
Zero Hora — Qual é a situação neste momento?
Marcelo Xavier — O aeroporto está uma maluquice, não dá nem para reconhecê-lo. Só dá pessoas dormindo no chão, irritadas, com sono e fome. Há crianças, senhoras dormindo no chão. Os brasileiros ficam próximos, definindo as coisas juntos.
ZH — Há muitos brasileiros aí?
Xavier — Sim. São três voos da TAM já atrasados. Está ficando crítica a situação. Acumulam-se mais pessoas.
ZH — Formou-se já um tipo de comunidade dos brasileiros?
Xavier — Tem uma comunidade de brasileiros. Eu e mais quatro pessoas conseguimos sair para um hotel, pagando valor absurdo. Não há vaga. O hotel cobrou mais de R$ 1 mil a diária.
ZH — São quantos brasileiros, mais ou menos?
Xavier — Centenas de brasileiros, que formam grupos de umas 20 pessoas. Elas formam QGs. As pessoas procuram ficar juntas.
Na Alemanha, caos de Primeiro Mundo
Por Tulio Milman
Pela janela do avião, era possível avistar o balê das luzes piscando na pista. Teria acontecido um acidente? Quando os pneus do 747 da Lufthansa tocaram o asfalto molhado do aeroporto de Frankfurt, respiramos todos aliviados. Ao nosso lado, cerca de 30 patrolas aguardavam para retirar a neve da pista. Os sinais luminosos eram de alívio, não de preocupação.
O aeroporto de Frankfurt é o terceiro maior da Europa. Durante esta semana, milhares de viajantes ficaram retidos, enquanto o frio e a neve se acumulavam aqui, em Paris e em Londres. No desembarque, a cena fazia lembrar um hospital militar. Centenas de macas, robustas e limpas, estavam enfileiradas pelo saguão. Muitas delas ocupadas por passageiros exaustos pela espera de suas conexões. Um pouco mais adiante, dois balcões limpos e organizados. Em um deles, água e salgadinhos empacotados. No outro, uma coleção de papinhas para crianças, organizada como se estivesse na prateleira de um supermercado. Não havia ninguém cuidando. Quem precisa, vai lá e pega. No Primeiro Mundo, até o caos é mais organizado.
Em Londres desde domingo e sem perspectiva de conseguir voltar para Porto Alegre, o advogado gaúcho Marcelo Xavier classificou o drama no aeroporto de Heathrow de "maluquice" (veja entrevista abaixo). Outro gaúcho na mesma situação, o diretor-geral do Kzuka, Fernando Tornaim, disse que Heathrow é um amontoado de pessoas ansiosas para chegar a suas casas a tempo de passar o Natal com suas famílias.
— Devo ficar até pelo menos quarta-feira aqui — lamentou.
Após um fim de semana de contratempos provocados pela neve intensa em alguns dos principais centros europeus, como Londres, Paris, Frankfurt, Amsterdã e Bruxelas, os aeroportos correm contra o tempo para colocar os voos em dia.
Na Grã-Bretanha, Heathrow reabriu após um final de semana de pesadelo, mas ainda operava, ontem à tarde, com um número limitado de pousos e decolagens. As autoridades alertavam para "mais cancelamentos e atrasos nos próximos dias", enquanto as companhias aéreas reposicionavam aeronaves e mobilizavam funcionários. O prefeito de Londres, Boris Johnson, lamentou a situação em Heathrow:
— Se o país estivesse em guerra, conseguiríamos resolver isso.
"É uma cena bizarra", afirma advogado gaúcho
O advogado gaúcho Marcelo Xavier, 30 anos, retido desde domingo em Londres, contou a Zero Hora como está a situação no aeroporto de Heathrow. Confira a entrevista:
Zero Hora — Qual é a situação neste momento?
Marcelo Xavier — O aeroporto está uma maluquice, não dá nem para reconhecê-lo. Só dá pessoas dormindo no chão, irritadas, com sono e fome. Há crianças, senhoras dormindo no chão. Os brasileiros ficam próximos, definindo as coisas juntos.
ZH — Há muitos brasileiros aí?
Xavier — Sim. São três voos da TAM já atrasados. Está ficando crítica a situação. Acumulam-se mais pessoas.
ZH — Formou-se já um tipo de comunidade dos brasileiros?
Xavier — Tem uma comunidade de brasileiros. Eu e mais quatro pessoas conseguimos sair para um hotel, pagando valor absurdo. Não há vaga. O hotel cobrou mais de R$ 1 mil a diária.
ZH — São quantos brasileiros, mais ou menos?
Xavier — Centenas de brasileiros, que formam grupos de umas 20 pessoas. Elas formam QGs. As pessoas procuram ficar juntas.
Na Alemanha, caos de Primeiro Mundo
Por Tulio Milman
Pela janela do avião, era possível avistar o balê das luzes piscando na pista. Teria acontecido um acidente? Quando os pneus do 747 da Lufthansa tocaram o asfalto molhado do aeroporto de Frankfurt, respiramos todos aliviados. Ao nosso lado, cerca de 30 patrolas aguardavam para retirar a neve da pista. Os sinais luminosos eram de alívio, não de preocupação.
O aeroporto de Frankfurt é o terceiro maior da Europa. Durante esta semana, milhares de viajantes ficaram retidos, enquanto o frio e a neve se acumulavam aqui, em Paris e em Londres. No desembarque, a cena fazia lembrar um hospital militar. Centenas de macas, robustas e limpas, estavam enfileiradas pelo saguão. Muitas delas ocupadas por passageiros exaustos pela espera de suas conexões. Um pouco mais adiante, dois balcões limpos e organizados. Em um deles, água e salgadinhos empacotados. No outro, uma coleção de papinhas para crianças, organizada como se estivesse na prateleira de um supermercado. Não havia ninguém cuidando. Quem precisa, vai lá e pega. No Primeiro Mundo, até o caos é mais organizado.
fonte/ZeroHora
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