AVIÃO ESTÁ ABANDONADO HÁ MAIS DE 20 ANOS NO AEROPORTO SALGADO FILHO, EM PORTO ALEGRE

Um avião abandonado desde 1989 no pátio do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, acumula dívidas e histórias sobre a sua verdadeira procedência. O modelo Cessna 310 teria sido trazido dos EUA por um gaúcho que morava em Miami e morreu recentemente. Fabricada em 1978, a aeronave foi adquirida por um americano, que teria pago as primeiras parcelas mas não chegou a levar a aquisição de volta para os EUA.

O relato é de Orivaldo Beloto Martins, 45 anos, que é auxiliar de pista da Transul, empresa que faz manutenção de aeronaves. Segundo ele, em boas condições o avião chegaria a custar US$ 90 mil.

— É um dinheiro jogado no tempo. Várias pessoas ficam impressionadas com esse avião parado aqui. É uma pena. Ele é muito bom para voos executivos. Tem capacidade para até cinco passageiros, autonomia de cinco horas e velocidade média de 300 km/h — explica Martins.


O modelo, que seria o primeiro bimotor desenhado pela empresa norte-americana após a 2ª Guerra Mundial, é encarado como uma relíquia por Martins. O problema é que, ao ficar ao relento e sem manutenção, o avião sofreu danos que reduziram seu preço pela metade, acredita ele:

— O avião precisaria de uma inspeção geral para voltar a funcionar. Ele ficou muito tempo sem óleo de conservação e foi danificado pela corrosão. Seria um investimento alto, mas o avião está em condições de ser recuperado. Ele poderia ser transferido para um museu ou uma escola de aviação já que o painel está inteiro.

O superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Jorge Herdina, confirma que a dívida do avião com tarifa aeroportuária e estadia chegaria a cerca de R$ 100 mil. Segundo Herdina, em 2008, a Infraero avisou o dono por e-mail e ele informou que não tem mais interesse no avião.

O superintendente explica que a responsabilidade sobre a área onde está a aeronave é discutida na Justiça entre Transul e Infraero. De acordo com ele, uma audiência marcada para o próximo dia 25 pode definir a questão.

— Esse avião ficou no limbo. Virou uma história de empurra daqui e dali, com muito folclore e pouca verdade. Esperamos que se encerre o processo e que, definitivamente, a área retorne para a administração do aeroporto. O equipamento deve ser incorporado pela União, que vai decidir o destino que será dado. É o que determina o Código Brasileiro de Aeronáutica — diz Herdina, que não dá prazos para o término do processo. 

fonte/foto/ZeroHora


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