PLANOS DO GOVERNO AMEAÇAM A INDÚSTRIA DE DEFESA DO VALE PARAÍBA

A proposta do governo federal de descentralizar a indústria de defesa do polo de São José dos Campos pode criar um novo mapa de desenvolvimento do setor no Brasil e provocar o esvaziamento de investimentos voltados às empresas e instituições de ensino e pesquisa instaladas no Vale.
O plano integra a Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, e sua implementação foi confirmada nesta semana por Nelson Jobim, ministro da Defesa. A ideia, reforçada pelo ministro em evento anteontem em São Paulo, abriu o debate entre empresários, representantes do setor e espec ialistas.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, participou do mesmo evento e também falou sobre os novos planos. “A descentralização de São José deve ocorrer por questão de segurança e logística”, disse Saito.
Avaliação.
Para Ozires Silva, engenheiro aeronáutico e fundador da Embraer, a retirada de investimentos de defesa da região será um grande erro. “A estratégia está incorreta. Precisamos de mais capital para atender às Forças Armadas. A declaração foi feita por gente que não entende do assunto e nunca esteve em um chão de fábrica. O desenvolvimento deve ocorrer onde há recursos humanos suficientes, o que ocorre em São José”, completou Ozires.
Já para o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, José de Mello Corrêa, caso o projeto se concretize, São José não perderá a atratividade porque tem ‘know-how’ e incentivos para o setor.
“O DCTA está aqui e investimos mais de R$ 1 bilhão no Parque Tecnológico, que abriga novas empresas e instituições”, afirmou.
Apoio.
Segundo Horácio Forjaz, vice-presidente de assuntos corporativos da Embraer, o desenvolvimento de novas regiões não enfraquecerá a cidade.
“Não devemos temer diante da estrutura existente aqui. A mesma coisa foi dita quando transferimos parte da produção para a unidade de Gavião Peixoto (em 1999). O Brasil tem muito a crescer e a cidade vai se beneficiar disso com certeza”, afirmou Forjaz.
Para Lauro Ney Batista, empresário e coordenador da Cedaer (Comissão empresarial para o desenvolvimento aeroespacial), a descentralização do setor é algo grave para a região.
“A leitura que podemos ter disso tudo é que, daqui para frente, o futuro das empresas da área de defesa dependerá dos interesses do Ministério da Defesa, e não mais dos nossos planos de n egócios”, disse o empresário.
fonte/OVale/PlanoBrasil

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