FAB VAI TENTAR IÇAR AVIÃO DE IGARAPÉ COM CABOS DE AÇO

A Aeronáutica informou que nesta terça-feira mais 17 militares chegarão ao local do acidente com a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), que realizou um pouso forçado na última quinta-feira em um igarapé na região amazônica, para iniciar os trabalhos de retirada do avião, que devem ocorrer através de içamento por cabos de aços.

O avião C-98 Caravan pertencente ao 7º Esquadrão, sediado em Manaus (AM), realizou um pouso forçado na manhã de quinta-feira quando realizava um voo entre as cidades de Cruzeiro do Sul (AC) e Tabatinga (AM). Onze pessoas estavam a bordo, sendo quatro militares e sete funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Duas pessoas morreram na ocasião e nove conseguiram se salvar.

Segundo a Aeronáutica, um avião C-105 da FAB vai levar os 17 militares a Cruzeiro do Sul, e, de lá, o grupo seguirá para o local do acidente para iniciar o trabalho.

"Nós emprestamos um equipamento de uma empresa de Rio Branco (AC). A ideia é amarrar cabos de aço nas árvores. Estamos vendo quais são os melhores pontos estruturais onde amarrar os cabos. Aí, nós vamos mergulhar, fixar esses cabos no avião e levá-lo até a margem devagarinho. Pelo menos, colocá-lo um pouco fora da água pra começarmos o trabalho de desmonte gradual", explicou o major brigadeiro Souza e Mello, do 7º Comando Aéreo Regional (Comar).

De acordo com o oficial, os mecânicos da Aeronáutica vão tentar desmontar a aeronave para que todas as partes sejam transportadas para Manaus de helicóptero. Mas pelas condições naturais do local onde o avião pousou, o trabalho ainda não está totalmente definido. A aeronave se encontra a cerca de 6 m de profundidade, num local de muita correnteza, águas barrentas e turvas.

"Isso é só uma ideia. Pode ser que amanhã (terça-feira) não dê nada certo. Porque a visibilidade é quase zero. Fixar um cabo de aço no avião também é um problema", afirmou o oficial.

Tripulação não sabe o que aconteceu com o colega
A tripulação comandada pelo primeiro-tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, piloto da aeronave da FAB, afirmou que não sabe o que realmente aconteceu com as duas vítimas fatais do acidente: o suboficial Marcelo dos Santos Dias e o funcionário da Funasa João de Abreu Filho.

O oficial lembrou os momentos que antecederam a queda e o procedimento que o suboficial e o funcionário da Funasa seguiram durante a saída da aeronave, após o impacto. "Até mesmo o pessoal da Funasa comentou que eles foram orientados a sair pela porta de trás, mas parece que ele (João) tentou sair pela porta da frente e não teve sucesso. Aí ficou dentro da aeronave e ela (aeronave) afundou muito rápido", disse o piloto.

Os outros militares da tripulação afirmaram que os procedimentos seguidos foram os corretos e dentro do padrão seguido pela Aeronáutica. "Eu lembro apenas da preocupação dele (do suboficial Dias) em cumprir o dever e proporcionar a segurança dos passageiros", disse o mecânico de voo, sargento Edmar Simões Lourenço.

A suposição do piloto é de que o suboficial não tenha resistido ao esforço de nadar contra a correnteza, após ajudar outras pessoas. "Assim que nós saímos do avião. Eu falei: 'todo mundo agora pra margem'. Havia aqueles que sabiam nadar e os que não sabiam. Eu mesmo ajudei a duas senhoras, o sargento Simões algumas pessoas e o (tenente) Ananias também. O suboficial Dias também ajudou, porém talvez ele não tenha tido forças pra chegar até a margem do rio", afirmou o tenente Veiga.

Em entrevista coletiva, o comandante do 7º Comar mostrou os detalhes da aeronave e como estão dispostas as portas. Na entrevista, o piloto explicou que, do momento da pane no motor até o pouso, não levou mais do que cinco minutos. "O rio era muito sinuoso e (na hora do pouso) eu fiz uma ligeira curva pra esquerda, então o avião virou pra direita quando bateu. Nós saímos pela porta da frente (da esquerda) e o suboficial saiu pela porta de trás. Quando o aivião pousou, todos estavam vivos", disse o tenente Veiga.

fonte/Terra

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