AVIÃO DA TAP COM "EXTENSÃO DE VIDA ÚTIL" TEVE DE REGRESSAR A LISBOA
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O
avião da TAP com destino a São Paulo, no Brasil, que esta terça-feira
teve que regressar ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, é um dos de
quatro aviões A340-300 que em julho receberam autorização para
prolongar a vida útil.
Questionada
pela Lusa, fonte oficial da TAP confirmou que o avião que partiu às
10.34 horas com destino a Guarulhos, aeroporto da cidade de São Paulo,
regressou ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, devido a uma
anomalia num dos motores.
O voo TP89
estava a ser operado por um dos quatro aviões A340-300 da companhia
aérea portuguesa TAP, que em julho de 2016, foram objeto de uma
autorização pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), para
extensão da vida útil, um aval que está ser investigado pelo regulador
europeu do setor da aviação.
Em 12 de
julho, a TAP solicitou à ANAC a isenção da obrigatoriedade de
modificações de componentes, com vista à continuação da operação dos
aviões até aos 31.000 ciclos de voo e 156.000 horas de voo, que
atingiriam "a breve trecho" as 100.000 horas de voo, valor que
corresponde ao limite da vida útil, o que foi autorizado a 13 de julho.
Fonte
oficial da TAP disse hoje à Lusa que a ocorrência não teve qualquer
relação com essa extensão da vida útil, uma vez que "todos os requisitos
de aeronavegabilidade estão garantidos", referindo que "aconteceu nesta
aeronave como podia acontecer com qualquer outra".
Conforme
a Lusa noticiou em 25 de janeiro, a Agência Europeia para a Segurança
na Aviação (EASA) disse que não recebeu quaisquer documentos ou
informação da ANAC sobre esta autorização", acrescentando que iria
contactar o regulador nacional "de modo a proceder a uma investigação
mais aprofundada sobre o assunto".
A
EASA esclarece que os estados membros podem atribuir estas isenções "no
caso de circunstâncias operacionais imprevistas e urgentes, ou
necessidades operacionais de duração limitada", desde que o nível de
segurança não seja afetado.
Ainda
assim, "no caso de estas isenções se tornarem repetidas ou serem
garantidas por períodos acima de dois meses, a ANAC deve notificar a
EASA, a Comissão [Europeia] e os outros estados membros dessas mesmas
isenções", explicou à Lusa o regulador europeu da aviação.
Contudo,
segundo a ANAC, a legislação em vigor no que às isenções diz respeito
não estabelece qualquer prazo de informação/envio das mesmas à EASA.
"A
regulamentação que permite aos estados membros concederem isenções aos
requisitos e às regras de execução emanadas quer do Parlamento Europeu e
do Conselho quer da Comissão Europeia não estabelece qualquer prazo
para a comunicação das isenções concedidas", entende a ANAC.
O
regulador nacional da aviação garante que "em momento algum a segurança
destas aeronaves esteve em causa", opinião corroborada pela companhia
aérea portuguesa.
"Não há qualquer
risco porque sempre foram mantidos e observados os requisitos de
manutenção da aeronavegabilidade continuada. A TAP não faz qualquer
concessão em matéria de segurança, cumpre rigorosamente todas as normas e
padrões de segurança e atua em conformidade com as determinações legais
e do fabricante", assegurou, em janeiro, a TAP.
O
regulador nacional disse, então, à Lusa que, antes do envio da
comunicação e de a TAP formalizar os pedidos de isenção, reuniu com os
seus responsáveis e discutiu os aspetos técnicos da operação, já na
posse dos pareceres favoráveis emitidos pelo fabricante, para que os
aviões operassem fora de alguns limites estabelecidos.
Os quatro aviões A340-300 operam em ligações de longo curso da TAP, com rotas em África e no Brasil.
Estes aviões atingiram as 100.000 horas de voo entre 29 de julho e 26 de setembro de 2016.
Em 5 de janeiro já tinham voado entre 101.218 e 101.786 horas de voo.
O
presidente da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) afirmou,
entretanto, que se "devem separar as águas" sobre extensões da vida útil
dos aviões e avarias em peças. "Uma questão é a certificação de que o
avião pode ter as suas horas de operações estendidas, que é dada pelo
fabricante, e a única coisa que nós verificámos foi que todas as
operações de manutenção a montante (...) foram efetivamente cumpridas
pela TAP", explicou Luís Silva Ribeiro. O presidente da ANAC acrescentou
que "outra coisa é uma avaria de um motor" e que os "motores são peças
completamente autonomas" e sujeitas a "contratos de gestão completamente
autonomos".
fonte/foto/JN.pt
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