INCIDENTES VIOLENTOS AUMENTAM NA AVIAÇÃO COMERCIAL
Abusos verbais e agressões físicas entre passageiros e
tripulação atingem, todos os anos, números preocupantes. As companhias
aéreas tentam implementar mais medidas de segurança para todos.
Ao longo dos últimos anos tem vindo a disparar o número de incidentes
violentos com passageiros durante os voos. Quem o diz é a Associação
Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que agrupa mais de 200
companhias de todos os cantos do mundo, citada pelo jornal espanhol El País.
No último relatório apresentado dá-se conta que, em 2015, foram registados 10.854 casos de passageiros indisciplinados, mais 16,5% do que no ano anterior.
Segundo dados divulgados pelas companhias aéreas, considera-se que há
um incidente – na sua maioria abusos verbais, mas também agressões
físicas – por cada 1.205 voos. São números elevados mas, ainda assim,
inferiores à média do período entre 2007 e 2015, quando os registo eram
de 1.612 incidentes por voo.
A maior parte dos incidentes que dá conta a IATA referem-se a abusos
verbais, como resposta às instruções da tripulação. No entanto, uma
parte significativa (11%) são incidentes que terminam com agressão
física sobre a tripulação ou passageiros, por vezes também causando
estragos à aeronave. Em 23% dos casos, o consumo de álcool ou drogas está associado a estes comportamentos.
Do relatório consta também que 60% dos comportamentos incorretos dos
passageiros não podem ser denunciados, por falta de leis específicas na
jurisdição nacional a que estão sujeitas as companhias aéreas. Uma luta
em que têm batalhado.
Outro combate tem sido o de tentar implementar novas medidas a bordo,
como diz Alexandre de Juniac, diretor-geral da IATA: “O aumento de
incidentes registados diz-nos que são necessárias medidas de detenção
mais eficazes”. Entre as propostas que vão sendo discutidas, algumas
passam por começar a identificar-se passageiros embriagados antes de
embarcarem; há companhias aéreas que querem apostar em medidas mais
fortes, como possibilitar à tripulação o uso de armas de choque (tasers)
para neutralizar passageiros indisciplinados; outras companhias sugerem
também a criação de uma lista negra, na qual se possa registar um
histórico de passageiros com comportamentos incorretos.
“Não há uma resposta simples para dar conta do aumento de
comportamentos irresponsáveis durante os voos. Precisamos de uma solução
equilibrada, em que todos os envolvidos possam colaborar”, afirma
Alexandre de Junia.
fonte/JN/VoltaaoMundo
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