EMBRAER PROPÕE LAY-OFF PARA 2000 FUNCIONÁRIOS EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Embraer

Foto: Claudio Vieira / OVALE
Caíque Toledo
Editor de Internet
A Embraer iniciou nesta quarta-feira a negociação de um lay-off para os trabalhadores da fábrica de São José dos Campos. A ideia é suspender provisoriamente os contratos por um período de dois a cinco meses, para no máximo 2.000 funcionários.
Segundo a empresa, o acordo está sendo negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos -- há uma reunião sobre o tema agendada para o próximo 23. O acordo prevê que os funcionários do processo sejam distribuídos em grupos, ao longo de dois anos: de janeiro de 2017 até dezembro de 2018.
Os participantes do programa passariam o período em lay-off realizando cursos de qualificação. Segundo a Embraer, o lay-off é uma alternativa que 'possibilita à empresa diminuir temporariamente os custos, contribuindo para que ultrapasse o período de baixa demanda e ociosidade passageira, para continuar a produzir normalmente em um cenário mais favorável’.
“Ao mesmo tempo, o lay-off permite ao empregado preservar o vínculo empregatício, retornando às condições normais de trabalho ao final do período”, disse a empresa, em nota.
Proposta. O Sindicato dos Metalúrgicos apresentou uma contra-proposta ao lay-off planejado pela empresa: redução na jornada de trabalho, sem redução de salário, para que a Embraer possa fazer os ajustes necessários na produção.
"Na nossa opinião, a empresa não vive um problema financeiro. Essa contenção é para pagar a multa de corrupção, e eles querem que o trabalhador pague isso", disse o vice-presidente da entidade, Herbert Claros, em entrevist. "A Embraer transferiu parte da produção para os Estados Unidos e Portugal. Uma hora a conta ia chegar", completou.
Reunião por reajuste pode iniciar greve
Paralelamente ao anúncio da intenção de criar um processo de lay-off, a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos ainda negociam a proposta de reajuste salarial aos funcionários da fábrica.
Na última terça-feira, os trabalhadores rejeitaram uma proposta de abono fixo apresentada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que cuida das negociações salariais em nome da empresa joseense.
De acordo com o Sindicato, a Embraer teria até hoje, sexta-feira, para oferecer uma nova proposta, ou os funcionários entrariam em greve.  Agora, foi agendada uma nova reunião para a próxima quarta-feira, onde o tema será novamente debatido. Segundo o Sindicato, caso as partes não cheguem a um acordo, os trabalhadores iniciarão a paralisação já na quinta-feira.
"Isso já está votado. Se eles não melhorarem a proposta, se eles manterem a postura, a greve começa na quinta-feira mesmo", disse o vice-presidente da entidade, Herbert Claros.
A proposta oferecida pela Embraer era de congelamento de salário e um abono que varia de R$ 7 mil a R$ 9 mil. O abono oferecido na última proposta era de R$ 4 mil. Os funcionários pedem 11% de reajuste e estabilidade no emprego.
fonte/foto/OVale

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