SITAVA CONVOCA GREVE PARA PRIMEIRA SEMANA DE JULHO
O Sindicato dos Trabalhadores
da Aviação e Aeroportos (SITAVA) anunciou nesta quinta-feira, dia 2 de
junho, em Lisboa, um pré-aviso de greve para 1, 2 e 3 de julho contra a
precariedade dos trabalhadores dos serviços de assistências nos
aeroportos (‘handling’) e acusa o Governo Português de inação.
“O SITAVA anuncia desde já que, perante a passividade do Governo, não
resta aos trabalhadores outra alternativa que não seja lutarem pelos
seus postos de trabalho, pelas suas empresas, pela sua sobrevivência,
pelo que decidimos entregar um pré-aviso de greve em todas as empresas
de ‘handling’ para os dias 1, 2 e 3 julho de 2016”, afirmou Fernando
Henriques, presidente do sindicato, em conferência de imprensa. O
dirigente sindical afirmou que esse pré-aviso abrange as empresas
Groundforce e Portway, mas também todos os trabalhadores de empresas de
trabalho temporário e prestadoras de serviço que atuam na área do
‘handling’. Atualmente, segundo o SITAVA, há cerca de 5.000
trabalhadores deste setor em Portugal e este sindicato representa 1.300.
Quanto aos motivos específicos da greve, segundo Fernando Henriques, é
imperativo que o executivo liderado por António Costa intervenha no
setor para impedir a operação da empresa Groundlink, que presta serviços
de ‘handling’ para a Ryanair, uma vez que essa atua de forma
“fraudulenta” e não cumpre os direitos dos trabalhadores, que operam em
condições abaixo das praticadas nas outras empresas do setor. É essa
situação, defende o sindicato, que está na origem no despedimento
coletivo de 256 funcionários que a Portway – integrada no grupo Vinci
Airports, por pertencer à ANA – está a levar a cabo, uma vez que, diz o
dirigente sindical, a Groundlink atua em “concorrência desleal” ao não
cumprir as regras do setor.
Ainda assim, o sindicato também lança críticas à Vinci Airports,
afirmando que este é “já o terceiro despedimento coletivo” que a empresa
leva a cabo desde que ganhou a concessão da ANA Aeroportos de Portugal,
a gestora dos aeroportos, uma vez que despediu 12 trabalhadores de uma
função especifica no aeroporto de Faro e tem também a decorrer as
rescisões com 21 trabalhadores de apoio a pessoas de mobilidade reduzida
que estão na empresa há 8 anos e para os quais a empresa está a “mandar
cartas de despedimento para não os integrarem”.
Por fim, o SITAVA exige que o Governo anule o despacho do anterior
executivo, que permitiu um terceiro operador de ‘handling’ no aeroporto
de Lisboa, cumprindo aliás a recomendação que foi aprovada no parlamento
a 31 de março, pelos partidos que apoiam o atual executivo liderado
pelo partido Socialista. Questionado na conferência de imprensa sobre o
que poderá evitar a greve, o presidente do SITAVA referiu que para isso é
preciso que o Governo tome ações e pare os processos em curso até 30 de
junho.
fonte/foto/NewsAvia
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