EXPLOSÃO EM AVIÃO DA TAP - MOTOR TINHA MAIS DE 370 VOOS QUE O PREVISTO
A falha num motor de um
avião da TAP que em 12 de julho de 2014 tinha acabado de descolar de
Lisboa para o Brasil deveu-se, entre outras razões, a falhas do
fabricante que não teve 'agenda' para substituir o motor na altura
recomendada.
O
caso aconteceu em Camarate, na vizinhança do aeroporto, provocando um
forte estrondo e a separação da pá no interior do motor, libertando
detritos que atingiram vidros de carros e casas.
A situação de
emergência com 232 passageiros a bordo obrigou a regressar ao aeroporto,
sendo preciso esperar 41 minutos no ar e libertar 40 toneladas de
combustível.
Agora,
dois anos depois, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes
com Aeronaves (GPIAA) concluiu a investigação e aponta o dedo ao
fabricante do motor, a General Electric, que teve "dificuldade", "por
questões relacionados com os contratos com os diversos operadores e/ou
disponibilidade", em agendar mais cedo a remoção do motor que já tinha
atingido o máximo de ciclos recomendados (ou seja, arranques ou voos).
A
investigação lida pela TSF revela que a análise em laboratório da "pá
fraturada encontrou múltiplos locais de iniciação de fissuras causados
por Corrosão a Quente".
As recomendações do
fabricante apontavam o limiar de segurança de remoção dos motores para
um máximo de aproximadamente 3700 arranques de forma a reduzir o risco
de separação das pás, mas o motor que falhou já ia em 4070, ou seja,
mais 370 voos que o previsto.
Neste e noutros aviões da TAP os motores não são da companhia aérea e estão alugados ao fabricante.
Depois
deste acidente e de recomendações do fabricante foi aliás preciso
substituir outros dois motores de aviões da TAP que também já tinham
ultrapassado a vida útil recomendada e onde tinham sido detetadas
fissuras na maioria das amostras avaliadas, com um nível de corrosão
médio e elevado.
Quanto
ao acidente de julho de 2014, a investigação acabou por atribuir a
causa a "fissuras desencadeadas por corrosão" sob a "plataforma de
fixação" de pás do motor que acabaram por se separar durante a fase
inicial da subida.
Para
o desfecho anterior, o GPIAA aponta como primeiro "fator contributivo" a
referida falta de substituição atempada do motor. O acidente aconteceu a
12 de julho e a substituição do motor estava prevista para 16 de julho.
A
investigação conclui ainda que houve outras causas que contribuíram
para o acidente. Nomeadamente, "a exposição dos motores a elementos
corrosivos que aceleraram a degradação das pás do motor", como "pó,
areia, poluição e sal (operação sobre e próximo de ambiente marítimo)
devido ao tipo de operação intrínseca", bem como "ambientes quentes e
secos", além do "elevado teor de enxofre nos combustíveis de aviação a
um nível internacional".
Fonte
ligada ao processo recorda que os aviões da TAP atravessam várias vezes
o Oceano Atlântico e este é um fator que diminui a vida útil dos
materiais.
fonte/MSN
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