PARABÉNS - EXPOSIÇÃO DE ANIVERSÁRIO DOS 70 ANOS DA TAP
Tarde quente em Lisboa. A Rua Augusta fervilha – para variar – de
pessoas e barulho. À frente do MUDE – Museu do Design e da Moda uma
multidão espera com entusiasmo (os organizadores) e angústia (os
jornalistas: profissionais da palavra enviados para todo o tipo de
eventos e acontecimentos e acostumados a longas esperas para
conseguirem, pelo menos, um bom dia ou boa tarde de uma qualquer figura
pública ou mediática) a chegada do Ministro da Economia (ah, por isso é
que lá estavam tantos jornalistas) que irá inaugurar a exposição da TAP
Portugal: Imagem de um Povo – Identidade e Design da Companhia Aérea
Nacional (1945-2015). Com um nome tão grande só pode ser coisa boa.
Posto isto, o senhor chega e lá vamos nós visitar a tão falada,
comentada e noticiada mostra.
Chegados ao último piso do edifício, começamos uma viagem no tempo. Uma jornada marcada pelo glamour da
aviação dos anos 50 e 60 e 70, em que a TAP levava a outros continentes
o melhor de Portugal e tentava mostrar no estrangeiro a excelência do
produto e a tradição lusa, numa época em que os portugueses viviam
amedrontados e mergulhados num regime ditatorial. Não bate a bota com a
perdigota? Bate! É que o senhor cujo nome não se pode pronunciar
investiu na propaganda como qualquer ditador e conseguiu levar o nome e a
marca deste país à beira mar plantado por esse mundo fora. Mas
deixemo-nos destas coisas da história e vamos à exposição.
À entrada deparamo-nos com um mural de azulejos e tapeçarias que
fazem parte do espólio das várias lojas da companhia aérea nacional
espalhadas pelo mundo. Sabia que a TAP abriu a sua loja em Nova Iorque
em 1968, na 5ª avenida com um painel da autoria de Maria Keil? Sabia que
durante mais de três décadas os assistentes de bordo eram vestidos por
Louis Féraud? E que hoje são vestem trajes da autoria da dupla Manuel
Alves e José Manuel Gonçalves? Sabia que a companhia servia os
passageiros em Loiça de Sacavém e Vista Alegre?
Pois! Se não sabia esta é uma mostra que não deve perder. São
canecas, malas, chapéus, talheres, fardas completas, mapas, cartazes
publicitários, miniaturas de aviões e muitas outras peças que fazem
parte da história da companhia de aviação, da história de “todos os
portugueses e do design nacional”, como defendeu Fernando Pinto,
presidente da TAP, no discurso de inauguração da exposição.
A mostra, que parte da tese de doutoramento “Sobre as Nuvens: Design
para a Companhia Aérea de Portugal (1945-1979) de Pedro Gentil-Homem, é
coproduzida pela Câmara Municipal de Lisboa/MUDE, pela TAP Portugal e
tem como curadora a diretora do próprio museu, Bárbara Coutinho.
Já sabe se quiser conhecer um pouco mais da história da
companhia aérea nacional e do seu contributo para o desenvolvimento do
design português tem até 15 de outubro para poder visitar esta exposição
que deixou literalmente muita gente de boca aberta. De exclamação,
claro!
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