AERONAUTAS ACEITAM REAJUSTE E CANCELAM GREVE
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) decidiu em
assembleia nesta quinta-feira, em São Paulo, cancelar a greve que estava
prevista para ter início amanhã nos aeroportos brasileiros. A data
marca uma saída em massa para as viagens de final de ano – estão
previstos cerca de 360 mil embarques e desembarques em todo o País.
A categoria é composta por aproximadamente 26
mil pilotos, copilotos e comissários de voo. A decisão sobre a não
paralisação foi tirada em cinco bases do sindicato – localizadas nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto
Alegre. De acordo com o SNA, foi aceita a proposta do Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias (SNEA) de reajuste salarial de 5,6%, além de
outros itens que envolviam condições de trabalho.
Ontem, uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho
(TST) determinou que, em caso de paralisação, os aeronautas mantivessem
ativos 80% do efetivo, sob pena de pagamento de multa de R$ 100 mil ao
dia ao SNA.
Entre os itens negociados, estão o estabelecimento de
piso salarial para copiloto e comandante; a previsão de vale alimentação
para quem recebe salário líquido até R$ 3.248,01; melhores condições de
escala para as tripulantes em um prazo de seis meses após o retorno da
licença maternidade e passe livre – o qual permite que os aeronautas da
aviação regular utilizem voos domésticos das empresas congêneres.
Segundo o presidente do sindicato, Marcelo Ceriotti, a
categoria desistiu da paralisação na data recorde de movimento nos
aeroportos “em respeito aos usuários do transporte aéreo e pela
fragilidade do sistema de aviação brasileira”. “Mas vamos continuar
nossa busca por melhores condições de trabalho e para o setor”, disse,
para completar: “Buscaremos junto ao governo um trabalho conjunto para
implementação de melhorias sustentáveis para o sistema de aviação
nacional”.
Já o vice-presidente da entidade, Adriano Castanho,
adotou outro tom: “Além da pressão da sociedade pelo fato de ser uma
data de grande movimento, tivemos uma pequena evolução nas cláusulas
sociais, ainda que nenhum, nas cláusulas econômicas. E de certa forma
sim, fizemos uma avaliação de risco ante a decisão do TST e concluímos
que não há como controlar 20% da categoria, isso é utópico e
inviabilizaria a greve”, admitiu. “Foi uma soma de fatores [que impediu a
paralisação], em suma”, completou.
Aeroviários discutem greve em janeiro
Também em negociação com as empresas aéreas, o Sindicato
Nacional dos Aeroviários adiou a assembleia que poderia deflagrar greve
também amanhã para o próximo dia 7. A entidade representa cerca de 58
mil trabalhadores em terra (entre os quais, funcionários de check ins e
pistas) e reivindica 8% de reajuste nos salários.
As empresas ofertaram 5,6%, que, segundo a assessoria
do sindicato, não foram aceitos. O setor também foi alvo de decisão do
TST, que decidiu, hoje, impor multa de R$ 100 mil ao setor caso não
fosse implementado 80% do efetivo em caso de greve.
fonte/Terra
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