FOTOS PROIBIDAS A BORDO DE AVIÕES VÃO PARAR NA INTERNET


Um movimento ganha corpo entre os passageiros frequentes de avião: o das fotos "proibidas", tiradas com o telefone celular durante o pouso e a decolagem -em que usar o aparelho não é permitido.
Essas imagens passaram a pulular no Instagram (rede social de fotos), seja na página dos próprios passageiros ou até na de empresas aéreas.
As companhias incentivam que os usuários enviem fotos via Instagram; a TAM divulga a hashtag #tamface e a Gol, a #voegol, por exemplo.
  Reprodução/Instagram
Passageiros fotografam Pão de Açúcar (à esq.)de avião da Gol, e chegada a Londrina, em voo da TAM
Passageiros fotografam Pão de Açúcar (à esq.)de avião da Gol, e chegada a Londrina, em voo da TAM

Mas afirmam que esse incentivo não vale para os momentos "proibidos" e que instruem comissários a pedir que os passageiros desliguem o celular quando preciso.
Fiscalizar o uso, porém, é quase impossível: na decolagem e no pouso, os comissários ficam sentados em seus lugares e com cinto atado.
O entorno dos aeroportos Santos Dumont (Rio) e Congonhas (SP) são os favoritos; o primeiro pelo Pão de Açúcar e pelas outras montanhas próximas, rente à baía da Guanabara. O segundo, pela cidade cercada por prédios.
"As paisagens dos pousos e das decolagens são as mais bonitas", diz Flávio Magalhães, 21. Em uma das imagens, ele registrou a Urca logo após a decolagem do Santos Dumont, em voo da Azul.
 
SELVA DE PEDRA
Carla (nome fictício), 27, diz o mesmo. Recentemente, postou uma imagem após o avião da TAM em que estava decolar de Congonhas, com nuvens pesadas e prédios. Batizou de "selva de pedra".
A preferência por decolagem e pouso se explica porque é quando o avião está mais perto do chão. Na fase de cruzeiro as companhias autorizam tirar fotos de celular -mas a paisagem, repleta de nuvens, é monótona, dizem os fotógrafos.
Em sua defesa, os usuários dizem registrar as imagens no modo avião, em que o celular (em tese) não emite sinal.
Os passageiros têm certa razão: dois dirigentes de companhia aérea disseram à Folha que o modo avião não tem influência a bordo. Na prática, trata-se de precaução.
 
NORMA
O problema é que uma regra da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proíbe o uso na aproximação para pouso, no próprio pouso e na decolagem, e às empresas só cabe cumprir a determinação. Nos EUA, é igual.
A ameaça de interferência nas comunicações da aeronave acontece quando o celular está em modo convencional.
Ainda assim, segundo a Anac, o assunto não é tratado como questão de segurança: segundo a agência, se um aparelho for ligado e provocar interferência, o problema pode ser detectado e corrigido durante o voo.



fonte/foto/UOL/Folha/Editoria de Arte/Folhapress
   

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