EMPRESAS AÉREAS AUMENTAM TARIFAS EM 40% E PROPÕEM REAJUSTE DE 3% AOS TRABALHADORES
Sindicatos de aeronautas e aeroviários ironizam proposta "patriótica" e afirmam que não irão negociar reajuste sem aumento real dos salários
Os trabalhadores aeronautas e aeroviários e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) reuniram-se hoje (3/11), no Rio, para negociar a campanha salarial das categorias, mas não avançaram nas discussões.
Os sindicatos das categorias entregaram a pauta de reivindicação ao SNEA em 15 de setembro, duas semanas antes do prazo, para evitar que a campanha se estendesse ultrapassando a data-base, em 1º de dezembro. Os trabalhadores reivindicam 13% de aumento salarial e 20% de aumento sobre os pisos, compostos pela inflação do período e o ganho de produtividade das empresas.
Mesmo recebendo a pauta adiantada, 49 dias depois as empresas apresentaram uma contraproposta com índice inferior à inflação, que prevê 3% de reajuste para todas as cláusulas econômicas e 5% para os pisos salariais.
Os dirigentes sindicais dos trabalhadores consideraram a proposta "ridícula" e afirmaram que não irão negociar um reajuste sem a reposição das perdas inflacionárias medidas pelo INPC, cuja projeção para o período é de 7,3%.
O representante do SNEA argumentou que nenhum país do mundo faz negociações salariais partindo da inflação e que essa indexação acabaria com a moeda nacional.
Em resposta, o assessor econômico do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Cláudio Toledo, lembrou que o presidente da Gol, Constantino Oliveira, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em 29 de outubro, justificou que o reajuste médio do setor, medido pelo IBGE, em 40,96 % nas tarifas aéreas se deu por conta da variação no preço do combustível, da inflação e da Convenção Coletiva de Trabalho (que sequer foi definida). Ainda segundo Toledo, um reajuste de 2,6% nas tarifas aéreas já daria conta do aumento de 13% reivindicado pelos trabalhadores.
Em resposta, o assessor econômico do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Cláudio Toledo, lembrou que o presidente da Gol, Constantino Oliveira, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em 29 de outubro, justificou que o reajuste médio do setor, medido pelo IBGE, em 40,96 % nas tarifas aéreas se deu por conta da variação no preço do combustível, da inflação e da Convenção Coletiva de Trabalho (que sequer foi definida). Ainda segundo Toledo, um reajuste de 2,6% nas tarifas aéreas já daria conta do aumento de 13% reivindicado pelos trabalhadores.
O índice proposto pelo SNEA, na avaliação dos sindicalistas, é o pior já apresentado pelo sindicato patronal. Entre as 470 negociações realizadas este ano e acompanhadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), esta seria a pior proposta apresentada aos trabalhadores, ressaltou o economista.
O comandante Gelson Fochesato, presidente do SNA, ironizou a "proposta patriótica dos empresários" e desafiou os presidentes das companhias aéreas a participarem da mesa de negociações e defenderem pessoalmente esse índice inferior à inflação.
FONTE/SNA.
Participaram da rodada de negociação com o SNEA representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT), Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (FNTTA), Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sindicato Nacional dos Aeroviários, Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco, Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Aéreo do Município do Rio de Janeiro e Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo.
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