ANÁPOLIS TEM PRIMEIRO AVIÃO AGRÍCOLA DE PRODUÇÃO LOCAL







Pouco mais de um ano após a morte do seu idealizador, Miguel Braga, foi lançado oficialmente na manhã de quinta-feira, 28, o Acrobata AG 500. O diferencial deste avião agrícola, que é o primeiro da categoria no Brasil, segundo especialistas, são as "asas afiladas, pois na raiz, ou próximo ao corpo, ela é mais larga do que na ponta, o que possibilita distribuição melhor de carga, agilidade para o piloto, e a atingir uma velocidade até 125 milhas da aplicação". 

Para se chegar a sua construção foram "mais de duas décadas de estudos e um ano e sete meses de montagens e experimentações". A informação é do projetista Rubens Bento Borges, que revela que seu desejo de projetar o Acrobata era antigo, e que foi se materializando depois de participar de uma feira na Flórida. "Quando retornei ao Brasil vim determinado, foi quando falei sobre o assunto ao meu sócio, João Batista Rodrigues, que já trabalhava em uma fábrica de ultraleve, ele também se interessou e começamos a concretizar o sonho", detalha. 

A etapa posterior, conta o projetista, era a viabilização financeira do projeto, que foi resolvida mediante a parceria com o empresário Miguel Braga. "Ele era um homem idealizador, ousado, que não tinha medo de sonhar. Muitas vezes ele disse que não iríamos concorrer com a Embraer, mas seríamos uma empresa da mesma proporção", recorda. 

Se o sonho do empresário vai ser concretizado, é cedo para afirmar, pois ao que tudo indica o futuro do avião ainda é incerto. "O próximo passo é a produção em série, mas é um caminho demorado, não é da noite para o dia. Vamos ter que formar o pessoal, uma mão de obra qualificada. Não temos uma data prevista para a produção em série", adiantou. 

Questionado da suposta venda do avião a alguma empresa nacional ou internacional, ou a viabilização de parcerias, Rubens Borges faz suspense. "O Miguel era muito dinâmico e arrojado, ele disse que iria bancar, mas, com a sua morte, estamos parados há mais de um ano. Estamos aguardando para ver os novos passos, não há nada decidido", conta. 


Economia
O lançamento do Acrobata AG 500 entra para a história do município, por dois motivos, o primeiro pelo carisma e o espírito empreendedor do empresário Miguel Braga, que faleceu no ano passado, antes mesmo de ver seu sonho realizado, o que causou comoção aos presentes. O segundo, por ser o ‘embrião’ de uma possível fábrica de aviões, o que iria somar a primeira de automóveis, Hyundai, e a de Biodiesel, a Granol, o que dinamizaria a economia do município.
Presente no lançamento e representando o governador Alcides Rodrigues, o secretário de Indústria e Comércio, Ridoval Chiareloto, destacou que o Acrobata é o primeiro avião a ser fabricado no Estado, o que revela o espírito empreendedor da família Braga, que acreditou no potencial de Goiás.

Ridoval Chiareloto é um entusiasta e acredita que na instalação da fábrica e na exportação do avião para todo o país. "Não vamos ser uma Embraer, mas temos condições de ser uma das primeiras do Centro Oeste. Sempre acreditei no projeto e conversava muito com o Miguel, que para mim não foi apenas o idealizador desse avião, mas de uma cidade melhor", elogia. 

Para o superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, o lançamento do Acrobata é a prova de que os "experimentos da aviação brasileira resultam em grandes projetos". "A aviação experimental fez com que pesquisas e parcerias fossem implementadas. Sei que muitos defeitos deste avião foram corrigidos, muitas reuniões e conversas foram realizadas, muito teste", expõe.
O presidente da Acia, Wilson de Oliveira, destacou o compromisso de Miguel Braga com a cidade. "Ele sempre lutou pelo desenvolvimento de Anápolis. Se estamos vivendo este momento histórico hoje, devemos isso a ele", destacou. 

Wilson de Oliveira falou ainda sobre a Base Aérea, as Asas do Socorro, para ressaltar o progresso que a aviação trouxe ao município, e assim como o secretário de Indústria e Comércio, citou que a fábrica de aviões vem somar ao Pólo Farmacêutico, as indústrias do Daia, ao pólo universitário, a Plataforma Logística, ao Porto Seco. 

fonte/foto/JornalEstadoGoias/Inglaer
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