AEROPORTOS DE SÃO PAULO ATRAEM AFICCIONADOS POR FOTOGRAFIAS DE AVIÕES
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Confira abaixo um mapa com os principais pontos de Plane Spotting na região do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Confira os principais locais de Spotting no Aeroporto de Cumbica (Foto: Fabiano Correia/ G1)
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“Um estranho passatempo de ficar fazendo fotos de aviões, muitas vezes sob um sol de lascar, em aeroportos, bases aéreas e eventos aeronáuticos.” É assim que o spotter Luciano Porto define o chamado plane spotting – ou observação de aviões, em português. Para Aidan Formigoni, paulistano da Zona Leste que é praticante assíduo de spotting, o fato de ficar correndo de um lado para o outro dentro do saguão de um aeroporto, com uma câmera na mão, faz com que spotters pareçam mesmo um pouco “malucos”.
O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, é um dos pontos favoritos dos spotters. “Cumbica é o nosso carro-chefe, é o melhor aeroporto do Brasil para praticar o plane spotting”, disse Raul Pereira, spotter de Porto Alegre. “Sempre que posso, viajo até São Paulo só para fazer spotting, a última vez foi nesta Páscoa”, completou. A grande variedade de aviões comerciais, vindos de todas as partes do mundo, é um dos maiores atrativos para os spotters.
Mesmo assim, o apoio para a realização da prática não existe. Segundo a Infraero, apenas Cumbica destina uma área especial para que pessoas possam ficar observando a movimentação de aviões nas pistas. O que, para o paulistano Rodrigo Durighello, não representa muita coisa, já que “as janelas do saguão são muito sujas e riscadas, fica muito ruim tirar fotos de lá”. Procurada, a Infraero informou que não separa áreas externas ao saguão para essa forma de atividade.
Segundo Aidan Formigoni, a cobrança de uma taxa para entrar em um determinado espaço, destinado a fotógrafos-spotters, é prática comum na Europa. “Eu não me incomodaria até de pagar uma taxa para poder ficar mais próximo da pista, tirando minhas fotos, sem ninguém me tirar dali”, disse Aidan. “Um cadastro de todas as pessoas iria controlar o fluxo. Assim, caso acontecesse alguma coisa, saberiam quem estava ali”, completou Durighello ao comentar o fato de que a Infraero, segundo eles, teme pela segurança das pessoas próximas à pista e que elas atrapalhem a operação do aeroporto.
Histórias Spotters
Spotters costumam ser iniciados no ramo desde pequenos. A paixão de Raul Pereira por aviões, por exemplo, começou em 1986, quando assistiu ao filme Top Gun. A partir daquele momento, ele começou a frequentar aeroportos com a sua avó e, desde então, não parou mais. Aidan, por sua vez, tornou-se um aficionado pelos aeromodelos quando voou pela primeira vez, logo aos 5 anos de idade.
As câmeras de fotografia figuram um outro ponto de evolução dos spotters. A maior parte tem outras profissões e atividades. Mesmo assim, eles buscam sempre aparelhos melhores e mais modernos. “O spotter é um grande consumidor de tecnologia”, afirmou Raul. “Além das câmeras, buscamos sempre radinhos, cada vez mais tecnológicos, para poder ouvir a torre de controle”.
O ‘kit spotter’, como denominou Aidan, é essencial sempre que se faz spotting. “Sempre que o spotter sai, ele tem que levar comida, alguma coisa para beber, protetor solar e, claro, a câmera”, disse ele. “É bom sempre deixar a câmera desligada também, já tive que voltar para casa antes do previsto porque acabou minha bateria”, recomendou Aidan.
Essas são dicas básicas para que não se percam fotos de aviões importantes. O acompanhamento dos pousos e decolagens previstos, que pode ser feita gratuitamente em alguns sites, facilita o encontro de algumas aeronaves mais raras.
A verdade é que vale tudo para tirar boas fotos de aviões, e nas mais variadas condições. Paulo Bueno, outro spotter paulistano, dedicou duas horas de um dia chuvoso para ‘spottear’ no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. “Fiquei fotografando numa passarela próxima ao cruzamento da Avenida Rubem Berta com a Bandeirantes ”, disse Paulo. “Fiquei encharcado! Mas as fotos ficaram legais”, afirmou.
O hobby pode parecer estranho para quem não é do meio. Mas, como disse Rodrigo Durighello, “uns vão ao Pacaembu ver o Corinthians no final de semana, a gente vem para o aeroporto ver os aviões”.
Confira abaixo um mapa com os principais pontos de Plane Spotting na região do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Confira os principais locais de Spotting no Aeroporto de Cumbica (Foto: Fabiano Correia/ G1)
Rodovia - Se for até o aeroporto pela Rodovia Hélio Smidt, a dica é parar o carro logo na primeira saída - no Terminal de Cargas - e caminhar pelo gramado, beirando a via, no sentido contrário. Depois de cerca de 10 minutos, você chegará na cabeceira da pista. Do local, é possível observar os aviões chegando. Até a aproximação final, você terá bastante tempo para conseguir boas fotos.
Correios - No próprio Terminal de Cargas, há uma rua onde está o Terminal dos Correios. No final dessa rua é possível observar pista. Ali será necessária uma câmera mais potente e um fotógrafo mais experiente, já que a distância para os aviões é um pouco maior. A visão dos aviões dura poucos segundos, mas o ângulo, com vista direta para a pista, garante belas fotos.
Saguão - Apesar dos vidros sujos, de dentro do aeroporto pode-se observar toda a movimentação interna das aeronaves. Se você estiver com o radinho, poderá acompanhar em tempo real as ordens sendo cumpridas pelos pilotos. Caso encontre um spotter, pergunte sobre a 'Bat Caverna', é um dos melhores pontos do saguão para tirar fotos.
Morrinho - Esse ponto é um dos mais famosos. Em um sábado de manhã, é possível encontrar diversas pessoas fotografando aviões. Alguns spotters tem um pouco de receio por conta da localização afastada, mas, em grupo, é um excelente ponto para fazer Spotting. O Morrinho fica na Rua Benfica e é preciso seguir pela via paralela à Rodovia para chegar até lá. Quando os aviões estão decolando por este ponto, fotos fantásticas estão garantidas.
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