ATOS DE VANDALISMO AMEAÇAM A HISTÓRIA E ARQUITETURA DO RIO GRANDE DO NORTE

História, arquitetura e religiosidade fazem parte do relicário de saudade no cemitério público do Alecrim, onde a ação dos vândalos põe em risco a preservação dessa memória, o que também preocupa a Fundação Rampa, a qual defende a criação de um museu da aviação em Natal.

“A sociedade precisa se preocupar com isso, porque muitas famílias natalenses têm entes queridos enterrados aqui”, diz o presidente em exercício da instituição, Augusto Maranhão.

rodrigo senaAugusto Maranhão esteve na manhã desse sábado visitando os túmulos no cemitério do AlecrimAugusto Maranhão esteve na manhã desse sábado visitando os túmulos no cemitério do Alecrim.
 
Segundo Maranhão, o resgate histórico da aviação em Natal já sofreu uma perda por conta do  vandalismo no cemitério do Alecrim, a profanação dos túmulos de três tripulantes de um avião alemão, que fazia o transporte de malas postais no Brasil e caiu à margem esquerda do rio Potengi, em 11 de setembro de 1931.

Ao lado de outros membros da Fundação Rampa e do escritor e ex-piloto Peri Lamartine, 84 anos, Maranhão vistoriou os túmulos dos três aviadores alemães, que morreram naquele que é considerado pelos historiadores no segundo acidente aéreo com mortes em Natal. O primeiro vitimou Edgar Dantas, em 1929, na queda de uma aeronave durante uma instrução no Aeroclube.

Os vândalos arrancaram, para vender, as lápides de bronze dos três túmulos, que ficam próximo a uma quadra do  lado direito do cemitério. Maranhão diz que, em breve, um representante da Fundação Rampa vai até o Consulado da Alemanha em Recife (PE), pedir apoio para a restauração e colocação de novas lápides nos túmulos, “se não o conseguir, vamos tentar uma alternativa com a colocação de réplicas”.

O acidente com o avião Olinda é um dos temas do livro “História da Aviação no Rio Grande do Norte”, de autoria de Paulo Viveiros e publicado pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A aeronave Olinda era de propriedade da Condor, que originou depois a Lufthansa.

Apenas o mecânico da aeronave Paul Heins sobreviveu ao acidente. Morreram Fraz Noether, rádio-telegrafista, Max Sauer, que era o principal piloto e o segundo piloto Rodolf Harwatt.
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