ENTIDADES TEMEM INTERDIÇÃO DO AEROPORTO DE JUAZEIRO
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Juazeiro do Norte. Problemas de infraestrutura e burocráticos, que impedem o crescimento no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, neste Município, serão levados às ruas por meio de mobilização, por parte da sociedade local e instituições como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Sindilojas, Frente Municipalista de Prefeitos do Sul do Ceará e Cariri Shopping. As entidades temem interdição futura do aeroporto, caso não ocorram as reformas.
O aeroporto funciona com restrições na pista e capacidade de resistência inferior ao que realmente tem
Atualmente, o equipamento funciona com restrições na pista, com capacidade de resistência inferior ao que realmente tem, simplesmente pela falta de reconhecimento por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para que haja homologação. A pista foi reformada em 2003. Este ano, está previsto na emenda no orçamento da União, o investimento de R$ 27,5 milhões no local. O risco de mais uma vez perder o investimento preocupa a sociedade.
Até dois anos atrás, havia a perspectiva de investimento de R$ 30 milhões no local. Seriam R$ 10 milhões, por meio de proposta no orçamento federal, e mais R$ 20 milhões da Infraero. A proposta não passou, e, segundo o vice-prefeito de Juazeiro, José Roberto Celestino, isso acaba inviabilizando que outras propostas sejam feitas do ponto de vista legal, já que em mais um ano, a cidade está prestes a perder mais outra proposta.
O vice-prefeito, que passou pela presidência da CDL, afirma estar solidário à manifestação, no sentido de chamar a atenção para esses problemas, já que foram buscadas todas as formas de reivindicação e tudo continua praticamente na mesma situação. Por conta disso, é necessária a revitalização e a homologação da pista, para suportar pelo menos o Boeing 767-300, que opera com cerca de 144 passageiros. A restrição faz com que as aeronaves operem com 85 passageiros, causando prejuízos às empresas e à própria região, que tem tido um aumento constante em relação à demanda por voos. O crescimento tem sido registrado anualmente.
Segundo o superintendente do Aeroporto, Roberto Germano Sousa Araújo, toda a documentação prevista para homologação da pista já foi enviada para a Anac, mas até o momento a única resposta é que o material está sendo avaliado. Ele afirma que o Número de Classificação do Pavimento atual é de 32, mas oficialmente reconhecido como de 29. Com a alteração, as aeronaves poderão ter a sua carga praticamente total, com cerca de 140 passageiros.
Documentação
Ele afirma que a pista está totalmente pronta, mas o Estado deverá reconhecer e repassar o restante da documentação, já que antes havia convênio entre o Estado e a Aeronáutica, que formalmente ainda não foi desfeito, para que o Aeroporto seja administrado até o ano de 2012, com outorga da Aeronáutica para o Governo cearense. O processo de absorção pela Infraero começou em 2001.
Mesmo assim, segundo ele, a Infraero se adiantou e enviou a documentação solicitando a liberação da pista por parte da Anac. Ainda neste segundo semestre, serão investidos no local cerca de R$ 2,8 milhões, para construção dos módulos operacionais, aumentando as áreas de embarque, desembarque, melhoria na área de lojas e banheiros, pela ausência de espaço no atual. O estacionamento também não corresponde e está aquém da demanda. São quatro voos diários para as principiais praças do País. Já chegou a ter seis voos.
Até o momento, conforme Roberto Germano, não houve nenhuma ação no sentido de fechamento do aeroporto e as empresas não se manifestaram em relação a ter que parar de operar. São dois voos diários pela Gol e outros dois por meio da Avianca. A diretora da CDL de Juazeiro do Norte, Limadri Vieira Santos, afirma que o intuito da manifestação é chamar a atenção das autoridades sobre a precariedade atual do aeroporto, para uma região que tem se desenvolvido e mostra um potencial que requer serviços qualificados neste setor. Ela destaca o crescimento nas universidades, turismo e setores como a saúde, que requerem serviços qualificados de transporte, que atenda à grande demanda regional e de estados vizinhos.
Para Celestino, a grande preocupação reside na modernização do setor e que o aeroporto perde a cada ano, por não investir em melhorias e novas tecnologias de operação. Ele destaca que, de 2003 até 2009, o aeroporto cresceu à taxa geométrica de 28% ao ano. "Apesar da defasagem tecnológica da pista e do terminal de passageiros, atingiu um crescimento de 100 % em setembro de 2009, em comparação ao ano anterior, tendo transportado 247.696 passageiros em 2009, cinco vezes sua capacidade instalada à época, de 50 mi passageiros por ano". Ele diz que o movimento supera os de Joinville, Boa Vista, Petrolina, Campina Grande, Parnaíba, e equipara-se em ordem de grandeza ao de capitais como Palmas, Macapá e Rio Branco. Ressalta, ainda, que, em tese, com toda a limitação da pista, transporta mais carga doméstica do que Petrolina.
Perspectivas
´´Não há ação no sentido de fechar o aeroporto e nem de empresas deixarem de operar´´
Roberto Germano
Superintendente do Aeroporto
Roberto Germano
Superintendente do Aeroporto
´´Temos perspectiva de crescimento de 6%. É preciso novos voos para ir além´´
José Roberto Celestino
Vice-prefeito
José Roberto Celestino
Vice-prefeito
fonte/foto/DiárioDoNordeste
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