ESTADOS UNIDOS ABRIRÃO DUAS PISTAS DE POUSO PARA FACILITAR AJUDA AO HAITI


Os Estados Unidos vão abrir duas pistas de aterrissagem –uma no Haiti e outra na República Dominicana– para a facilitar a chegada da ajuda às vítimas do terremoto de 7 graus que atingiu o Haiti há uma semana, anunciou nesta terça-feira o general Daniel Allyn.
“Começaremos a usar dois aeroportos alternativos em 24-48 horas para aliviar a pressão sobre Porto Príncipe”, disse Allyn em uma entrevista coletiva na sede do Pentágono.

No aeroporto da capital haitiana, só há uma pista funcionando, o que limita o quantidade de voos com destino à cidade. Além disso, o terminal está lotado de ajuda, dada a falta de coordenação na distribuição do que chega, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os EUA esperam que, em 24 horas, voos comecem a chegar à localidade haitiana de Jacmel, onde aviões de carga Hércules irão aterrissar para dar apoio às operações de assistência humanitária do Canadá, destacou Allyn.
É desta localidade que partirá a ajuda às Províncias do sul do país caribenho, segundo o general. Já a outra pista será aberta em San Isidro, na República Dominicana.

O Pentágono quer ainda que aviões lancem água e alimentos para a população. Allyn explicou que a medida não foi tomada antes porque são necessárias tropas para vigiar os locais em que os mantimentos serão distribuídos, para que não se forme uma situação de caos.

Tropas dos EUA
Tropas dos Estados Unidos chegaram nesta terça-feira de helicóptero ao Palácio Presidencial do Haiti, na capital Porto Príncipe, para assumir a segurança do local –medida considerada por alguns haitianos como uma afronta à soberania de seu país.
Cerca de 50 paraquedistas da 82ª Divisão Aerotransportada chegaram em pelo menos quatro helicópteros para vigiar o palácio, que, assim como boa parte de Porto Príncipe e outras três cidades, sofreu graves danos no terremoto de magnitude 7 do último dia 12.
Milhares de outros militares americanos estão no caminho ao Haiti depois que o presidente Barack Obama aprovou um reforço de entre 9.000 e 10 mil soldados.

Na prática, o reforço nas tropas americanas pode dar a Washington o controle de fato das operações de resgate, auxílio e de segurança, apesar de o controle de direito ser das forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), hoje com cerca de 7.000 soldados e comandadas militarmente pelo Brasil –que tem 1.266 militares no país, informa reportagem de Sérgio Dávila, da Folha de S. Paulo.
As tropas americanas chegam para trabalhar na distribuição de medicamentos e na manutenção da ordem pública no país –uma tarefa que estava, até então, a cargo das tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) e sob o comando dos militares brasileiros.

Tragédia
O terremoto ocorreu às 16h53 do dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil.

O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. Cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns desde o terremoto, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.
Segundo o governo brasileiro, 19 brasileiros morreram no país –17 militares e dois civis, a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado (16).
O ministro da Defesa, Nelson Jobim,diz que há ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.



 fonte/FolhaOnLine

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