AMORIM PEDE AOS ESTADOS UNIDOS PRIORIDADE PARA POUSOS DE AVIÕES BRASILEIROS NO HAITI

O governo brasileiro relatou aos Estados Unidos nesta sexta-feira (15) os problemas enfrentados por aviões do Brasil no aeroporto da capital do Haiti, Porto Príncipe, atingida por um forte tremor na última terça-feira. Atualmente o controle do aeroporto está sob o cuidado dos americanos.

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, falou por telefone com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton. "Eu mencionei o problema que está havendo de acesso da própria Minustah [Missão de Estabilização da ONU no Haiti] ao aeroporto e dos próprios aviões brasileiros, inclusive alguns deles levando ajuda, e que estão com dificuldades de chegar lá", relatou Amorim. A Minustah tem 12 mil pessoas em operação no país e é liderada pelo Brasil.

Segundo Amorim, Hillary reiterou que não há intenção de interferir nas ações do Brasil e das Nações Unidas no país. "Ela afirmou que as forças norte-americanas que estão lá são para fins humanitários essencialmente, e reiterou que não querem e não devem interferir com a manutenção da ordem, que é tarefa da Minustah. Mas sempre pode haver uma descoordenação."

O ministro Celso Amorim disse que Hillary Clinton vai tomar providências para garantir que não haja impedimento ao acesso dos aviões brasileiros e afirmou que os Estados Unidos não pretendem ofuscar a liderança do Brasil na força de paz da ONU no Haiti.

"É importante ter clareza que nós estamos sendo tratados com a prioridade adequada e a secretária de Estado mais uma vez manifestou que o Brasil tem liderança nesse processo e que a nossa ajuda e nossa presença tem que ser tratada de maneira adequada. Ela manifestou preocupação com eventuais mal-entendidos que possam haver e esclareceu os objetivos das forças norte-americanas", disse.

Segundo Amorim, a secretária de Estado dos EUA concordou com a criação de uma conferência dos países doadores, sob o comando das Nações Unidas, com a participação do Brasil, Estados Unidos e Canadá, por exemplo.

"Ainda não há data. Na emergência cada um está fazendo o que pode. O importante agora é coordenar para evitar problemas no terreno, porque à vezes muita gente querendo ajudar se esbarram e atrapalha. À medida que o tempo passa vamos tratar de outros aspectos, mas estamos conversando", disse.


fonte/UOL Notícias

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