NOVA AERONAVE PARA INSTRUÇÃO,
O ‘buzz’ começou na edição de 2015 da ‘Aero Expo’ na Alemanha
onde se comentava iria aparecer um competidor sério, europeu, no
segmento de aviação geral, que construiria um aparelho ideal para as
escolas e academias de todo o mundo.
Na altura a norte-americana Piper apresentava a sua versão diesel, um
monomotor económico, montado numa receita antiga, pesada, embora muito
fiável.
Vários projectos foram lançados ao longo dos últimos anos mas durante
o difícil processo de certificação, tanto a FAA como a EASA não
permitiram que a maior parte das aeronaves, sequer, saíssem dos
hangares. Outras permaneceram como aviões experimentais.
Enquanto isso escolas e academias de todo o mundo viam a sua frota a
envelhecer, ou optavam por modelos novos, mais econômicos, com
estruturas em fibra, que deixam sempre a desejar em termos de robustez e
custos de manutenção. Que levante a mão o piloto que não tenha dado uma
valente trancada durante os seus voos de instrução!
Os modelos das aeronaves mais usados nas escolas e academias, os
Piper e os Cessna, têm contra si motores pesados e desatualizados,
embora extremamente fiáveis e dispendiosos para os padrões de hoje. Além
do mais, quer a Continental, quer a Lycoming nada têm planeado para
breve.
Tudo isto foi tido em conta por uma experiente empresa belga, cuja maioria de capital é detida pelo próprio governo.
Engenheiros do Grupo Sonaca, um respeitado construtor com 85 anos de
história, fabricante de componentes estruturais para a Airbus,
Bombardier, Embraer e Dassault, meteram mãos à obra e convenceram a sua
administração de que haveria mercado para um avião fiável, robusto e bem
construído.
Fizeram uma exaustiva auscultação ao mercado e partiram para a mesa
de desenho. Concluíram que para ser mais rápidos na colocação do avião
no mercado teriam de encontrar um desenho maduro, num projeto que eles
próprios pudessem desenvolver com o seu know-how.
Encontraram
na África do Sul, na ‘The Airplane Factory’, o parceiro ideal. A empresa
detinha o desenho em fase avançada de um monomotor de dois lugares de
asa baixa, e a sua maior ambição era voar o projeto que já estava
praticamente armado.
Formou-se então a empresa Sonaca Aircraft, cujos acionistas são o
Grupo Sonaca e a ‘The Airplane Factory’, e de imediato a equipa teve
acesso a um financiamento inicial de três milhões de euros para
construir os primeiros modelos e avançar com a certificação EASA, que
deverá verificar-se em 2017.
Muitos cálculos tri dimensionais e alterações de desenho foram feitas
até que o primeiro protótipo estivesse pronto a voar. Mas não foi só no
ar que o projeto mostrou a sua agilidade, ainda antes da sua
demonstração e apresentação na ‘Aero Expo’ deste ano caíam as primeiras
encomendas provenientes de escolas na Bélgica, Reino Unido, Alemanha e
França, num valor estimado de 3,9 milhões de euros.
Este sucesso comercial, não aterra ao acaso, acontece porque a equipa
da Sonaca Aircraft liderada por Pierre Vanwetter fez questão de ouvir
os clientes finais na fase de desenho e testes (que ainda decorrem). As
escolas, os seus instrutores, mecânicos e, até mesmo, pessoal
administrativo foram ouvidos. Nos primeiros voos a satisfação foi total,
e assim chegaram as primeiras encomendas.
Já imaginou uma aeronave moderna, segura, com custos de operação muito baixos, robusta, fiável e divertida de voar?
Nós também estamos ansiosos por conhecer esta nova maravilha da aviação geral, que, se cumprir com o prometido vai obrigar à concorrência uma atualização dos seus modelos.
fonte/foto/NewsAvia
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