A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE MORADIA NA FADIGA DA TRIPULAÇÃO
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos irá anunciar novas regras sobre a fadiga dos pilotos em Janeiro. Mas estas novas regras provavelmente não irão incluir restrições aos deslocamentos de longa distância dos tripulantes.
O acidente de um vôo regional da Air Colgan em Buffalo, EUA, que matou 50 pessoas foi o estopim para que os congressistas americanos desencadeassem uma força tarefa no sentido de buscar melhorias nas condições físicas dos tripulantes americanos.
Os pilotos daquele voo haviam, ambos, viajado longas distâncias para assumí-lo, um deles indo de Seattle para Newark, NJ, e o outro partindo de Tampa, na Flórida. Os dois morreram no acidente.
Com a facilidade em viajar, muitos tripulantes tem optado por morar em locais afastados de suas bases operacionais gerando a necessidade de realizar deslocamentos, que correm por sua conta e não são computados na jornada, antes de assumir seus postos de trabalho.
Em destaque na pauta das preocupações do congresso americano está a necessidade de regras federais limitando a distância que, muitas vezes, os pilotos têm que voar para começar seu dia de trabalho, implicando diretamente na questão da fadiga.
A agência americana entende que os deslocamentos dos tripulantes, independente do tempo que perdem no sentido de iniciarem suas atividades, são de responsabilidade de cada um. É responsabilidade de um membro da tripulação estar descansado e preparado, no entanto isso muitas vezes não ocorre tendo em vista a opção de cada um em morar nos local mais conveniente para o convívio social e familiar.
Como as empresas, os sindicatos e associações não possuem uma fiscalização eficaz nestes casos, e os congressistas buscam uma forma de legislar em cima das recomendações do FAA. Muito embora esta atitude possa ser vista por alguns como intromissão, outros acham convenientes regras que impliquem em aumentar a segurança do setor.
No Brasil a situação não é diferente. Muitos tripulantes optam por morar em cidades afastadas de suas bases, observando-se um certo desgaste destes profissionais indo e vindo de suas casas. A solução poderia vir das próprias empresas, homologando bases de tripulantes em cidades como Recife, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis... etc.
Sem dados exatos é difícil quantificar o custo que isto poderia gerar, mas o custo da fadiga e das ameaças causadas por este problema pode, algumas vezes, sair muito caro.
fonte/PousadaDasNoticiasCmraDanieleCarreiro/CR
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